Revista Democracia e Liberdade nº 55

Cinquenta anos depois do 25 de Abril, o mundo está mergulhado numa crise que muitos julgavam impensável após a queda do Muro de Berlim. Afinal, e ao contrário do que foi dito, a história não terminou e a esperada era de diálogo entre os povos não surgiu. Falharam nas suas previsões proeminentes analistas de política internacional, como erraram todos os que teorizaram sobre o colapso dos Estados, quando anunciaram a sua subjugação a uma nova ordem internacional determinada exclusivamente pela globalização económica e política. Nenhum deles previu o Brexit, nenhum deles antecipou a possibilidade de regresso dos nacionalismos, nenhum deles considerou possível a invasão da Ucrânia pela Rússia, e nenhum deles é hoje capaz de sustentadamente dizer quando terminará a guerra que se trava naquele país europeu, nem quais as consequências futuras do seu desfecho. Entrincheirados na sua arrogância discursiva e revelando uma absoluta desconsideração pela história dos povos, célebres teorizadores e não menos célebres analistas conduziram os Estados da Europa a enfraquecerem a sua defesa e a acreditarem que o mundo caminharia para uma paz sem retorno. Novamente falharam e novamente revelaram que as suas inabaláveis certezas se fundamentavam num imenso vazio.

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 Textos de Pedro Passos Coelho | Rui Moreira | António Bagão Felix | Pedro Ferraz da Costa | Rogério Alves | José Garcia Leandro | Marçal Grilo