Adelino Amaro da Costa
18 Abril 1943 – 4 Dezembro 1980
Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa, engenheiro civil de profissão, foi membro fundador do Partido do Centro Democrático Social (CDS) em 1974, tendo sido o seu primeiro Secretário-Geral até fevereiro de 1975. Nesse mesmo ano, foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte.
É eleito Deputado à Assembleia da República em 1976 e reeleito em 1979. Ainda em 1976 , é nomeado Presidente do Grupo Parlamentar do CDS.
Assume a pasta do Ministério da Defesa Nacional em 1980, tendo sido o primeiro civil a desempenhar este cargo após a Revolução de 25 de Abril de 1974.
A 4 de dezembro de 1980, morre na sequência da queda de um avião em Camarate, quando se deslocava para um comício de encerramento das eleições presidenciais desse ano.
Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa nasceu em Lisboa em 18 de Abril 1943. Entre 1944 e 1953, por força da colocação em elevado cargo na função pública de seu Pai, viveu na ilha da Madeira, onde frequentou o ensino primário. Realizou os estudos secundários no Liceu Camões, em Lisboa, concluindo-os em 1960 com elevadas classificações. Desde 1955, integrou-se nos organismos da Acção Católica, tendo sido Presidente da Juventude Escolar Católica do seu Liceu em 1956/60. Ingressou, depois, no Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa, onde se licenciou em Engenharia Civil, em 1965/66 com a média de 17 valores, tendo estagiado na Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos e numa Empresa de Estudos e Projectos (Hidrotécnica Portuguesa), onde, terminado o Curso, trabalhou durante algum tempo.
Biografia
Em Setembro de 1967, iniciou na Marinha a prestação do serviço militar obrigatório, tendo exercido funções como técnico especialista da Reserva Naval no Instituto Hidrográfico até Junho de 1970, sendo então licenciado como segundo-tenente. Em Outubro do mesmo ano, começou a exercer funções de assistente no Grupo de Hidráulica, do Instituto Superior Técnico, cargo que viria a deixar em Janeiro de 1974. Entre 1965 e 1970, ocupou o lugar de editor do jornal universitário “Tempo”, órgão de informação gerido em regime de sociedade de redactores, do qual fora fundador ainda como estudante de Engenharia. Nesse período, colaborou regularmente no “Diário de Lisboa” e no “Diário Popular”, tendo, também, assinado colaboração em diversas publicações, designadamente na revista “Rumo”. A partir de 1969, passou a desempenhar as funções de correspondente em Lisboa do quotidiano espanhol “Madrid”, lugar que exerceu até à data da suspensão e posterior dissolução deste jornal pelo Governo Franquista. Entretanto, e desde finais de 1968, começou a colaborar no sector de ensino superior do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa. No ano seguinte, fez parte do “Grupo de Inquérito do Ensino Superior”, o qual, porém, foi forçado, em Maio de 1969, a auto impor-se o fim do seu mandato devido à ausência de condições políticas para o desenvolvimento do seu trabalho. A partir daí, continuou a dar o seu concurso técnico aos trabalhos do GEPAE sobre ensino superior, sendo mais tarde nomeado para Adjunto do Presidente da Direcção. Impulsionando os estudos sobre “Procura Social do Ensino Superior”, organizou um grupo de análise e investigação sistemática sobre questões do ensino pré-secundário. Mais tarde, trabalhou activamente na reestruturação do GEPAE, de que haveria de resultar o Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação, sendo nomeado seu Sub-Director, em 1973, e seu Director, em Janeiro de 1974. No âmbito do Ministério da Educação, participou intensamente em numerosos estudos nos domínios do planeamento e da inovação educativa. Foi membro da representação portuguesa em numerosas reuniões do Comité de Educação da OCDE e em conferências ministeriais desta organização internacional, sobre política educativa, política científica, e política de mão-de-obra. Estagiou em Inglaterra, em 1970, ao abrigo do Programa de Assistência Técnica da OCDE, e colaborou em diversos trabalhos para esta organização e para o seu Centro de Investigação e Inovação Educativo. Participou, ainda, em várias conferências e congressos sobre problemática universitária. Foi membro da Comissão Interministerial para o Planeamento e Integração Económica, do Conselho Consultivo do Gabinete da Área de Sines, do Conselho Consultivo da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, e de outras comissões, grupos de trabalho e projectos interministeriais. Fez ainda parte, por inerência, do Conselho permanente da Acção Educativa da Junta Nacional de Educação e do Conselho de Directores-Gerais do Ministério da Educação.
Em Julho de 1974, abandonou a função pública para se dedicar à vida política. Foi membro fundador do partido do CDS-Centro Democrático Social, sendo, até Fevereiro de1975, o seu Secretário-Geral. No I Congresso do Partido, foi eleito Vice-Presidente da Comissão Política do CDS, sendo reeleito no II Congresso, em Junho de 1976. Em Dezembro de 1978, no III Congresso do Partido, foi eleito Vice-Presidente do Partido e Presidente da sua Comissão Directiva. Em Abril de 1975, foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte pelo círculo de Braga e, em Abril de 1976, Deputado à Assembleia da República pelo círculo do Porto. De Junho de 1976 a Dezembro de 1978, foi líder do Grupo Parlamentar do CDS, ocupando-se, designadamente, de questões de política económica e de política geral. Em Dezembro de 1979, voltou a ser reeleito como Deputado à Assembleia da República pelo círculo do Porto. Em 6 de Outubro de 1975, idealizou e fundou o IDL-Instituto Democracia e Liberdade (tendo, após a sua morte, a denominação sido alterada para IDL-Instituto Amaro da Costa). Em Novembro de 1979, casou com Maria Manuela Simões Vaz Pires. Em 3 de Janeiro de 1980, tomou posse como Ministro da Defesa Nacional, o primeiro civil a desempenhar este cargo após a revolução de 25 de Abril de 1974.
Falava fluentemente castelhano, francês e inglês. Praticou rugby e futebol. Faleceu tragicamente, em Camarate, num misterioso acidente de aviação, em 4 de Dezembro de 1980, juntamente com sua mulher, Francisco Sá Carneiro, António Patrício Gouveia, Snu Abecassis e os dois pilotos do avião. Foi condecorado a título póstumo com a Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos, e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.