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DIOGO PINTO DE FREITAS DO AMARAL (1941-2019)
Outubro 4, 2019 @ 00:00
A morte de Diogo Freitas do Amaral, apesar de esperada, é um murro seco na nossa memória comum.
Desaparece o último pilar do trio fundador da nossa democracia, a que pertencia juntamente com Mário Soares e Francisco Sá Carneiro.
Viveu para a política intensamente, em exclusivo durante décadas, fundando corajosamente o seu CDS em Julho de 1974, partido que à data era apenas tolerado pela nomenclatura militar.
Com um grupo de homens, que forçosamente se tornaram amigos, de onde se destaca o Adelino Amaro da Costa, levantou o CDS da quase irrelevância inicial até à primeira passagem pelo Governo em 1978, com o PS, e no ano seguinte, já em coligação natural com o PSD e o PPM. Não havia telemóveis, nem computadores, nem internet. A televisão era a preto e branco e só tinha dois canais. Guiavam quase sempre os seus próprios carros.
Em Outubro de 1975, debaixo do fogo do Verão Quente, esteve na origem do IDL Instituto Democracia e Liberdade, com os mesmos de sempre. Abrindo a porta a uma ligação fraternal com a poderosa Fundação Konrad Adenauer, que ainda hoje se mantém.
Conseguiu a presidência da Câmara Municipal de Lisboa em 1978, com Nuno Abecasis, que permaneceu no cargo durante três mandatos, até 1989.
Diogo Freitas do Amaral foi quase tudo em política, no Governo e fora dele, tendo apenas falhado por muito pouco a sua eleição para a Presidência da República, em 1986. A última batalha verdadeiramente ideológica que se travou em Portugal.
Foi presidente da União Europeia da Democracia Cristã e Presidente da Assembleia Geral da ONU.
Fora da política foi professor de Direito Administrativo nas faculdades de Direito, FDUL, Nova e Católica. Foi historiador, escritor e conferencista.
É difícil encontrar um homem da sua geração com tantos contributos e intervenções a favor do bem comum, da causa pública. Um homem invulgar.
Mas na hora da sua morte, o que mais impressiona na sua vida é a entrega exclusiva à política com apenas 33 anos, sem planos, sem carreiras, sem expectativas, apenas com o propósito de homem bom que queria contribuir – e contribuiu – para a construção de Portugal.
O IDL lamenta profundamente a sua morte e transmite à família os mais sentidos votos de pesar.
Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Presidente do Conselho Directivo
Presidente do Conselho Fiscal